Wednesday, June 28, 2006

Cocaine blues

-OH YEAHHHH!!!!!- quase que grito enquanto sinto uma jarda de coca a entrar me pela narina esquerda; à velocidade de um TGV.
Pois é pá, hoje em dia um gajo precisa de uma ajudinha extra e não há melhor forma de viver a night do que com um cochezinho de coca nas ventas. Tás a ver?
Devo dizer que a merda da coca está bué cara e eu nem sei porque uso palavras como bué e cochezinho porque na verdade eu tenho uma licenciatura em Direito e devia estar a usar expressões como ónus da prova etc e tal.
A pior cena da coca é o ranho, um gajo fica a produzir ranho como um puto alérgico em plena Primavera, mas o preço também é um grande problema.
A noite tá bacana, eu tou todo acelerado e tou mesmo numa de divertir. O primeiro obstáculo é o porteiro, da famosa discoteca que eu costumo frequentar cujo nome não digo mas digo já que começa com uma letra pouco usada em português, tipo o K. O cabrão do porteiro é uma espécie de cão pisteiro que sente o uso de substancias alteradoras do humor, sejam elas alcool, coca, haxe ou coca cola.
Eu abro muito os olhos para que ele possa ver que não tenho nada de errado, para mostrar que estou concentrado, e coloco os braços para baixo, com as mãos abertas, para funcionarem como lastro para me equilibrarem. Não que eu esteja aos tombos, simplesmente apetece me andar mais rápido e quero parecer normal.
- São dez euros - diz me o animal.
Apercebo me que o porteiro tem alto cabedal e enquanto lhe passo para a mão dez euros em moedas de 50 centimos pergunto:
- Andas na musculação? Levantas ferro? Tomas alguma cena? Pareces bué grande?- e fico a olhar para ele a sorrir, enquanto sinto arrepios na espinha que me impelem para a frente e quero abraçar este gajo, dar lhe uma grande palmada nas costas e convidá lo para almoçar comigo. Quero ser padrinho de casamento dele, quero conhecer a família dele. Ah ... meu granda filho da puta.
- Pode entrar - diz me o gorila quando eu disparo as perguntas. "Cuidado a cocaína provoca diarreia verbal" era o que devia dizer nos pacotinhos, mas os cabrões do columbianos estão a lixar se para os clientes.
Adoro esta discoteca, um gajo entra é só gajas, decotadas, penteadas, ensaboadas, enceradas, bem cheirosas de classe média alta.
A primeira coisa que faço é tropeçar no degrau e só não me espalho porque consigo manter o equílibrio num voo de 3 metros e acabo por me agarrar a uma perna enorme e musculada.
- Então pá?- pergunta me um desses betinhos, com um cabelo de puto de 5 anos, que veste sempre um fato para sair à noite.
- Então pá? Vê lá se aprendes a falar como dever ser. Peço desculpa já venho.
Desato a correr para a casa de banho no piso de cima, tranco me num dos cubículos próprios para quem consome cenas. Não acredito que tenha feito isto para o pessoal cagar aqui.
Saio da casa de banho e sinto me o Butch Cassidy e o Sundance Kid, os dois ao mesmo tempo , mas desta vez eles não morrem porque eu sou invencivel.
Observo o espaço à minha volta. Betos, velhos,putas e pré putas.
"Ambrósio apetece me algo"
"Senhor tomei a liberdade de preparar um bom pedaçinho de naco de cona"
"Ambrósio que falta de classe, mas as suas origens humildes são perdoada,pela minha narcótica nobreza, e pelo seu bom gosto".
Dirijo me ao bar.
- Whisky cola!- grito acima da multidão, para o paneleirote que está do outro lado a servir bebidas. Quando me viro choco com uma rapariga e ela sorri para mim. Eu sorrio para ela e viro me de costas...
Eh pá!!!
Viro me de novo e vejo cerca de 7 raparigas naquele espaço e não reconheço nenhuma. Sorrio para uma de cada vez até reconhecer o sorriso daquela que me sorriu. Algumas sorriem mas eu não encontro aquela que me sorriu.
Fim do round 1. Perco aos pontos e regresso ao canto.
"Cus não aguento este combate"
"Tens que largar a coca pá, foi iss que deu cabo do Myke"
"Eu sei pá, mas só mais uma linha para me aguentar, as luzes são fracas e sem ela não vejo nada"
Mando abaixo mais uma linha e sinto me o Hulk. Sinto me um couraçado grande e verde.
- Então pá ?!- toca a sair daí - grita me um gajo do lado de fora da porta.
- Que foi? - pergunto ao deparar com um betinho magricelas.
- Tou à rasca pra cagar meu.- diz ele segurando a barriga, para acentuar a demonstração da vontade de arrear o calhau.
Não acredito...
- Pá isto não serve pra cagar meu.
- Tou me a foder pá - diz ele empurrando me.
Merda do beto, meto lhe um pé à frente e faço com que ele caia numa enorme poça de mijo tóxico.
- Seu filho da .... - não oiço o resto porque saio da casa de banho e regresso à disco propriamente.
Continuo a beber, fumo um maço de tabaco, meto mais umas linhas e já começa tudo a bater com força. Sinto a cara cada vez mais dormente, os lábios estão moribundos e sinto não os conseguir controlar, as minhas palavras ficam imperceptiveis aos outros.
No entanto nestes momentos de decadencia fisica, em que me torno numa massa de carne entorpecida quase que fico iluminado num momento puro de lucidez, como se a mente se sobrepusesse a um corpo fraco.
Mas que raio faço nesta discoteca cheia de gente que não tem a ver comigo? com os seus sorrisos distorcidos e aberrantes, que olham para mim com desdém.
Pessoas com vícios, promíscuas, alcoolicas...bem não sou melhor que eles e como tal deviam me abraçar todos e dizer:
-Tá tudo fixe meu...
Mas não, eu sou o espelho daquilo que eles são. Que se foda vou me embora.
Saio para a rua com as pernas bambas. O ar está gelado e a primeira inspiraçao de monóxido carbono e dióxido de carbono, com um pequeno travo de rio Tejo, fazem com que os meus pulomões se sintam aliviados.
Caminho pela rua em direcção ao carro e oiço putos novos a falarem alto, devido à excitação das primeiras saídas.
-É aquele ali - grita uma voz atrás de mim.
Vejo o beto que eu fiz tropeçar e também vejo os seus 4 amigos. Quatro anormais, desfigurados e embrutecidos do rugby.
Um punho acerta me em cheio na boca e eu caio na calçada.
Cai sobre mim uma chuva de pontapés e murros. Acertam me na boca, na cabeça, no tronco. Tento encolher me para proteger a cara e o tronco, mas um dos betos começa a dar me pontapés na base da espinha para que eu desenrole e consegue.
Tenho o corpo entorpecido e os sentidos embotados por isso nada me dói mas sei que amanhã vou estar todo rebentado.
O s gritos dos putos chamam a atenção dos seguranças da discoteca que quando chegam ao pé de mim ajudam me a levantar.
- Quer chamar uma ambulancia?- pergunta me um deles.
Eu respondo um não arrastado e disforme, enquanto sinto sangue a sujar me a camisa.
Dirijo me para o carro, uma merda de um BMW , conseguido com a merda do ordenado ganho devido ao meu emprego como advogado a defender traficantes de droga e burlões autorizados.
Abro o porta bagagens e tiro aquela cena que serve para mudar os pneus, subo ao capot e começo a bater com toda a força no pára brisas.
- Que se passa aqui?- grita um policia gordo e de bigode - Saia já daí.
- O carro é meu!!!- grito atirando os documentos contra o polícia. Mas quando atiro os documentos sinto os pés escorregarem e caio da capota do carro directamente para o chão.
Oiço o meu pescoço estalar ,fico a olhar para o céu escuro e para o rosto gordo do polícia que me segura mão e diz:
- Está tudo bem meu...
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Monday, June 26, 2006

E porque recordar é viver: Voyage,Voyage...


Como hei de começar...Em 2001 ingressei nos comandos e 9 meses depois saí de lá. Era um homem novo e diferente. Á conta de tantos pés de galos e flexões, devido a uma insubordinação de origem genética, e a uma dieta composta de feijão, couves carnes e Lsd, acabei por criar um distúrbio bipolar. A tropa acabou para mim quando num delírio de grandeza, provocado pela ingestão de LSD,desatei a chorar e a tentar ressuscitar um camarada de armas que fingia estar morto.Quando voltei a casa, com um distúrbio bipolar e um vício sensasorial em estimulantes alucinógeneos (vulgo LSD,cogumelos, ácidos etc e tal) decidi arranjar um emprego de acordo com a minha experiencia nos comandos, por isso decidi entregar pizzas. Constantemente sobre o efeito de Lsd, via na estrada enormes árvores roxas que brotavam do chão, mamutes rosa que corriam ao meu lado e frequentemente mulheres ao volante. Após uma entrega em que não sabia em que sapato tinha guardado as moedas para fazer o troco, um comerciante lisboeta de bom coração decidiu dar me um emprego mais digno. Em menos de um dia tornei me vendedor de aspiradores porta a porta.Os meus primeiros clientes foram uma comunidade de rastafaris e hippies que criavam pitbulls de forma a criarem um processo de aniquilação de instintos agressivos, através de uma terapia de erva. Os cães pareciam estar sempre a sorrir.Troquei um aspirador por uma túnica da canhamo pintada c spray e acabei a viajar com eles numa carrinha a cair de podre enquanto cantávamos musicas do José Cid.Vimos os Chemical brothers e o fat boy slim , no fim da noite proclamei me Deus e os meus súbitos fizeram uma fogueira com lixo.Finalmente perceberam o logro quando eu disse que não era Deus e vi me perseguido durante 25 km por rastafaris e hippies que gritavam:hulá hulá, hulá-hey....Ao fim de 25 km o meu corpo robusto de comando tinha desparecido e parecia um um modelo de haut couture. Fui apanhado por um scout de uma agencia de moda que caçava grous selvagens da indonésia e este levou me de imediato para Paris onde fiz fama e fortuna.24 horas depois de ter trocado o aspirador pela tunica de canhâmo regressei a casa rico e mais magro. Não conseguia deixar de ouvir as palavras imortais de John Kennedy "tira as batatas do forno...tira as batatas do forno". Os meu pais receberam me de braços abertos, todos os oito, e cantaram me músicas de louvor aramaico, enquanto os meus 15 irmãos que eu não conhecia me abanavam com folhas amoreira.Mas eu era alérgico e vi que na sala estavam 500 rastafaris a cantar em surdina hulá,hulá,hula-hey...Peguei na minha G3 que tinha trazido dos comandos e tudo ficou cor de rosa com bolhas flutuantes roxas e eu disparava enquanto ouvia na minha cabeça os cem exitos da Énia pelas orcas amestradas do zoo de san diego.Mas os meus pais estavam no alentejo e eu sozinho em casa , sem a G3 e tou caído no chão a suar. O telefone toca e do outro lado oiço o Lewis Carol as ofegar enquanto a Alice lhe faz um broche e ele diz me imitando a voz de um moleiro francês:tens de largar os químicos,meu...Tenho um ataque de ansiedade e fujo pela rua em tronco nú, com a tatuagem dos comandos palpitando no meu peito e então sou atropelado por um homem que primeiro penso ser jesus mas que na verdade é o Narana Coisoró e este leva me, dá me roupa e comida, inscreve me numa universidade de direito e em cinco anos tornei me presidente da Républica Portuguesa
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Friday, June 23, 2006

O meu discurso aos que estão a assistir ao fim do mundo sentados na primeira fila.

Desde criança que oiço falar do fim do mundo, a imagem aterradora do fim do mundo e a fúria de Deus sempre foram imagens brutais (também não me impediram de pecar que nem um animal, verdade seja dita).
A verdade é que o Mundo como conhecemos está a acabar, criam se guerras em que a ameaça nuclear volta a estar presente, os sistemas de governo "civilizados" estão em crise, o ambiente ressente se da irresponsabilidade dos governos e dos milhões de seres humanos que pensam que o problema não passa por eles.
As mentalidades estão em crise e tudo se põe em crise, segundo parece Jesus era um embusteiro, o seu melhor amigo era Judas, Pedro um bandido do pior e Maria Madalena uma esposa dedicada e amada. Tudo se coloca em questão.
A autoridade dos pais, a sabedoria dos mais velhos, criam se explicações de teor sexual para tudo e a firme linha entre o bem e o mal está mais diluída que nunca.
Apesar disto tudo Deus deve ter um sentido de humor fabuloso. Ele está a enterrar nos em merda até ao pescoço, mas não é aquela merda castanha e fedorenta, mas sim colorida, barulhenta e saltitona.
O fim do mundo parece um funeral em New Jersey.
Não deixa de ser engraçado esta evolução de Deus, no antigo testamento Ele destruía cidade com fogo e enxofre, os seus anjos eram os porteiros do céu, seres celestiais cheios de anabolizantes e asas. No novo testamento Deus tornou se paz e amor, todo amor e ternuras.
Agora que o mundo vai acabar parece um dos membros dos monty python, nada faz sentido mas dá vontade de rir. O fim do mundo parece um filme do Terry Gilliam.
E que podemos nós fazer?
Nada, por isso vistam a melhor camisa, sentem se na varanda, acendam um cigarro, encham um copo e com a vossa bebida preferida porque:
O MAIOR ESPECTÁCULO DE SEMPRE VAI COMEÇAR!!!
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TAURINA!!!


Hoje deram me a conhecer uma banda. Depois de ter vivido tanto e eu próprio ter estado numa banda (os fabulosos Métudus Satanikus, cujo som só poderia ser pior se o vocalista fosse mudo) poucas coisas a nível de musica surpreendem me. Hoje em dia oiço Muse, Rammstein, arrasto me pelos cantos a ouvir alguma musica clássica, mas esta banda , os Taurina, deram me um vislumbre daquela raiva cheia de testosterona própria da juventude, e Deus me perdoe, eu gostei.
Eles são ainda uns chavalos mas tem jeito, antigamente (ou seja á meia duzia de anos atrás) o hardcore tinha um saboroso toque de ingenuidade e de falta de profissionalismo, mas estes gajos tocam mesmo bem, aliás tocam bem melhor do que muita merda que ouvimos por aí. Som rápido e forte, letras "cantadas" com fúria, uma bateria que parece uma metralhadora e uma guitarra esplendidamente tocada.
Espero que não caiam na estupidez do punk melódico (tipo os cagalhões dos fonzie) e espero que continuem assim.
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PS: se eu fosse mais novo dia 15 ia ao Culto bar em Cacilhas andar lá à biqueirada, mas corro o risco de ser processado.
Ps2: E que tal o download das músicas inteiras?
Ps4: HC forever

Thursday, June 22, 2006

Ubersexual?!

Dos criadores da expressão metrosexual, chega agora o ubersexual.Um novo homem, mais próximo do homem tradicional. A era do homem que usa acessórios de mulher, que arranja as unhas e se depila chegou ao fim.Mas não se enganem meu irmãos tribais esta guerra continua, as mulheres vão continuar a tentar domar o gene masculino até ele se tornar fraco e submisso.É óbvio que a criação do metrosexual foi agressiva demais e surgiram alguns movimentos de contra ataque, perante esta situação os "grandes génios" do marketing destronaram o metrosexual e etronizaram o ubersexual.No entanto a guerra contra os costumes masculinos continua, os pelos no peito continuam a não ser tolerados, a roupa deve ser cuidada e escolhida a preceito, o futebol deve ser trocado por idas ao teatro...Camaradas na guerra dos sexos não nos podemos vergar perante a vontade das mulheres por isso vamos tomar medidas, vamos agir, vamos reagir:
Se tiverem pelos no peito não os rapem e arranjem maneira dos exporem durante o dia, se não os tiverem comprem tónico capilar.
Cuspam no chão.
Lancem piropos a todas as mulheres que passarem por vocês.
Falem de futebol, falem muito de futebol, não se cansem de falar de futebol ao pé de mulheres e como elas agora também já acham que falam de futebol falem nas estrelas do passado e falem das estratégias usadas ao longo dos tempo
Tem vontade de dar uma bufa ou um traque? força nisso
Digam palavrões, especialmente os mais rudes e de origem rural.
Lambam os dedos depois de comer.
Definam qualquer coisa que esteja na moda como "merda".
Quando forem ao clube de video alugar um video para verem com as vossas namoradas, ou mulheres, steven seagal, stallone e schwarzeneger são as escolhas ideiais.
Fujam das lojas de roupa, usem as velhas que tem em casa.
Não façam a barba.
Tomem banho com sabão azul e branco. Desodorizantes e afins estão proibidos. O cheiro ao vosso suor incomodavos?
Não bebam socialmente, bebam como se beber fosse um desporto de alta competição e vocês atletas olímpicos.
Não bebam caipirinhas, essas novas cervejas como a choop etc e tal. Bebam mini e bebam bagaceira São Domingos.
A batalha começou e se não querem que daqui a 30 anos os vossos filhos andem de avental, lutem com toda a força.
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Tuesday, June 20, 2006

Marasmo

Tou todo fodido, maldita ressaca...
Já é meio dia, mas o cabrão do meu vizinho decidiu fazer obras...um dia destes prego-lhe um balázio nos cornos.
Levanto me, visto o meu fato de treino e ponho o meu cap amarelo da adidas. Combina bem com o meu fato de treino azul, hoje em dia um gajo tem que ter classe, honrar se a si próprio porque as damas gostam.
Lá vou eu para a rua ter com a minha crew.
O leitor de mp3 toca um som duro, um som das ruas. 5o cent. Get rich or die trying. Nunca ninguém teve tanta razão numa unica frase. Foda se 50 cent é um filósofo.
Ao fundo da rua dou de caras com o dread johnny. O cabrão do puto tem uma mão enfaixada e na outra trás o killer, o pitbull dele.
- Tasse?- pergunto.
-Tasse- afirma o puto mantendo a pausa.
- Que aconteceu chavalo?
- O cão mordeu me.
-É fodido.
Encostamo nos à parede, a nossa parede, o nosso território. Todos no bairro sabem que é a nossa parede, aqui ninguem vem fazer tags estupidos, só está lá a nossa assinatura: Killers39 crew.
Aparece o dread mike.
-Tudo bem pessoal?
- Tudo- respondemos ao mesmo tempo.
- Ontem aconteceu me uma cena fodida pá.
-Conta dread - se alguem se meteu com o puto mike juntamo nos e fodemos o gajo.
- Ontem fui ao "tuning bar" e tava lá um porteiro novo, olhou para mim e disse me "são 5 euros", e eu respondi "sabes quem eu sou pá?" o gajo olhou para mim com uns olhos fodidos e eu fechei as mãos para lhe partir os cornos e ele disse "são dez euros"...
- Que fizeste chavalo?- pergunta o dread johnny
- Pus lhe uma nota de 20 na mão e disse "fica com o troco", só pra mostrar que sou um gajo de classe.
-Fizeste bem meu.
Ficamos encostados á parede umas duas horas. Falamos de música, galamos umas damas e vemos grandes bombas passarem. Quando eu for rico compro um seat ibiza e meto lhe uns neons azuis por baixo.
- Tens um cigarro puto?- pergunta me o Johhny
- Deixei de fumar, agora tou na musculação - dispo o casaco e arregaço a manga da t shirt - dentro de um mês vou estar um bicho, penso estar a pesar 74 kilos.
- Foda se- diz o dread assobiando de espanto.
O telemovél toca.
- Quem é que me tá a foder o juízo a esta hora?
Atendo.
- Bem pessoal, tenho que bazar a minha velha já tem o almoço pronto.
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Sunday, June 18, 2006

A Manobra de Heimlich



A associação nacional de socorristas de inspiração Trotskista vem por este modo demonstrar o seu repúdio pela manobra de Heimlich. Esta manobra é violenta, não respeita o espaço pessoal do paciente, o seu nome alemão, para além de demonstrar conotações neo nazis, tem uma sonoridade agressiva típica das sociedades falocentricas cristãs.O mundo está a mudar e como tal certas técnicas obsoletas tem de ser erradicadas dos manuais de socorrismo. Já o "Manual de socorrismo" escrito por Sócrates defendia uma técnica de eleminação de detritos do esófago através de uma técnica hermêneutica. Mas foi durante o regime nazi que a manobra de Heimlich teve a sua verdadeira implementação, o "Socorristisch Almanak" escrito por Mengel defendia uma técnica aplicada com luvas de couro e soqueiras. Em Espanha e Itália esta manobra também foi adoptada, tendo em Itália ficado com o nome de "A gravata de Hercules"(em tom de curiosidade o cartaz que explicava esta técnica apresentava um Mussolini em tronco nú e vestindo uma tanga de leopardo abraçando um italiano engasgado). Em Portugal a manobra de Heimlich não teve grande aceitação, em virtude das relações diplomáticas bissexuais entre Portugal e os Estados Unidos da Américas, os socorristas portugueses continuaram a aplicar a palmada nas costas.A associação de socorristas portugueses de inspiração Trotskista vai apresentar no próximo Sábado uma palestra onde vários especialistas mundiais vão apresentar técnicas alternativas. Hamir Trotz, da Albania, vem apresentar uma técnica nova baseada no uso de canhamo. Todos que querem lutar contra a manobra de Heimlich serão bemvindos.Um abraço e a luta continua
Francisco Rosas
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Friday, June 16, 2006

Holly Cow Batman!!! you are a loony!!! and you too Super Man...



Ultimamente tem saído muitos filmes sobre super heróis (praticamente todos uma merda, salvo raras excepções).
Uma coisa que tenho reparado é que as pessoas não reparam que os super heróis são completamente maluquinhos.
Vejamos o exemplo do Batman (desde já digo que este é um dos meus preferidos, leio livros dele desde os 6 anos) e do Super Homem. Ambos usam as cuecas fora das calças e se isto não é coisa de maluquinho não sei o que será.
Mas o sintoma óbvio de que a maioria dos super heróis são mentalmente doentes é o facto de terem dupla personalidade. No Kill Bill 2 o Bill diz que são alter egos, lamento discordar mas uma pessoa que tem um alter ego por norma consegue separar as águas, os super heróis não , porque uma vez envergadas as personalidades alternativas eles passam a ser pessoas totalmente diferentes. Tomemos por exemplo:
O Bruce Wayne é um homem de negócios, playboy, esbanjador e irresponsavél, mas quando veste o fato de latex (o que já diz muita coisa) torna se num vingador obcecado, violento e fétichista.
O Super Homem é ainda mais taradinho, uma vez que ele anda sempre disfarçado, ou seja, o Super Homem nasceu Super Homem e ele passa o dia mascarado de Clark Kent.
Básicamente a situação destes dois super heróis é análoga à do Cornelius no Fight Club, sempre que se dá o clique lá vem o maluquinho à flor da pele.
Enfim o que nós perdoamos por nos salvarem vezes e vezes sem conta.

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foto manipulada e reestruturada por X. Não direitos de imagem, apenas façam a simpatia de colocar o meu "nome" se a "roubarem"

Thursday, June 15, 2006

Boas maneiras



Recentemente li alguns manuais sobre boas maneiras. Sou o primeiro a confessar que nunca tive as melhores maneiras á mesa, nunca soube cumprimentar as pessoas como deve ser e nunca consegui beber um café sem fazer barulho.Estes livros, escritos por senhoras da alta sociedade, foram uma grande fonte de inspiração e um verdadeiro poço de sabedoria. No entanto após ver algumas entrevistas, com essas mesmas senhoras da alta sociedade, cheguei á conclusão que não existia nada de errado comigo. Afinal as boas maneiras são para os pobres, para os de condição e nascimento humilde. Ao que eu entendi as boas maneiras são uma espécie de forma de demonstração de subserviência, enquanto que aqueles que são de origens ilustres podem fazer aquilo que quiserem (desde que o façam com graça e leveza).Ora bem, se querem fazer um sucesso na casa dos vossos amigos ricos, num casamento ilustre ou mesmo num jantar com os pais da vossa(o) namorada(o), isto é o que tem de fazer:
· Em primeiro lugar tratem os vossos interlocutores por "pá", é sinal de estilo e á vontade
· Não façam caso dos talheres a usar, troquem os e façam piadolas sobre isso, ao fim ao cabo um senhor da alta sociedade não admite que as regras sejam ditadas por outros
· Digam palavrões, várias vezes. Procurem um com que se sintam mais á vontade, palavras como "caralho"e "cabrão" caem sempre bem, são palavrões castiços, e toda a gente gosta de castiços. Não use expressões como "filho da puta" ou a palavra "merda"(assunto a desenvolver noutro post)
· Faça ruídos corporais. Arrote e dê traques á vontade, bufas não contam porque não se ouvem e os traques não podem ter cheiro, esse é o verdadeiro símbolo do gentleman.
· Se aparecer um nervo na carne e sentir vontade de o cuspir não o faça no guardanapo nem no prato, cuspa o directamente para o chão.
· Repita o prato mais de três vezes.
· Acenda um cigarro sempre que quiser e meta a cinza no prato, ou então no pires do café.
· Fale sobre política, religião e futebol, desta forma pode mostrar o seu á vontade em assuntos do dia a dia.
· Quando lhe perguntarem como está, fale da última doença que teve, faça o seu histórico de saúde e se este não for interessante invente
Este tipo de comportamentos não deve ser praticado em ocasiões de Estado, uma vez que os republicanos não acham muita piada a estes hábitos tão puros e sofisticados da antiga nobreza portuguesa.
Se foi educado de outra forma não sinta pudores em portar-se desta forma. Será sempre lembrado como um tipo castiço e maior que a própria vida.
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Começar de novo...podia ser o nome de uma canção pirosa cantada pela Kelly Clarkson, mas não é.
Depois dos morangos com haxixe e da breve, mas gratificante, passagem pelas cabeças com asas da minha amiga neurótica, cá estou eu de novo para um ragabofe de parvoíce pegada, sentido de humor que só eu percebo.
Desta vez estou acompanhado do meu amigo Mr Moustache (desta vez não é um produto da minha imaginação, mas sim um gajo que vive no fundo da rua). Espero que ele não comece logo com o seu cinismo habitual e a dizer coisas do género "que estupidez...". Mas ele é um porreiraço, um homem, um rato e um leão (tudo ao mesmo tempo).
Espero que apreciem as leituras.
Respeitosos cumprimentos
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